A inovação industrial foi a temática que esteve em debate no Seminário do EMaDeS, que decorreu na passada quarta-feira, dia 14 de novembro, na Faculdade de Engenharia da Universidade da Beira Interior (UBI). O evento contou com a participação de duas oradoras, Sónia de Brito e Sónia Vieira, ambas investigadoras do EMaDeS, que explicaram em que consiste a investigação que se encontram, presentemente, a desenvolver.
Com a comunicação intitulada “Ecossistemas Empreendedores, Inovadores e Sustentáveis (2EIS): Revisão Sistemática da Literatura”, Sónia de Brito apresentou uma revisão da literatura sobre a temática dos ecossistemas empreendedores. Também deu a conhecer os métodos utilizados para a conclusão desta fase inicial do seu trabalho, que terá como próxima etapa “identificar a concentração espacial dos ecossistemas empreendedores a nível nacional, mas ainda mais especificamente na Região Centro”, refere a estudante de Doutoramento em Engenharia e Gestão Industrial.
De acordo com a investigadora, os ecossistemas empreendedores contribuem para o aumento da inovação e competitividade da região onde estão instalados. “Os ecossistemas empreendedores vão estimular o desenvolvimento empresarial e a inovação, porque vai existir o crescimento de startups, de novas ideias de negócio, e isso será uma mais-valia para a sociedade na medida em que se existir a criação de uma startup ou a implementação de uma ideia de negócio, o desemprego nessa região certamente que vai diminuir”, destaca Sónia de Brito.
Nesta iniciativa, Sónia Vieira foi responsável por ministrar um workshop interativo sobre ‘Criatividade – Métodos e Técnicas’ com foco na Engenharia e Gestão Industrial. A investigadora de pós – Doutoramento mostrou a revisão da literatura que tem vindo a elaborar sobre a forma como a criatividade tem sido abordada ao longo de cem anos de investigação. Segundo Sónia Vieira, na atualidade os estudos científicos estão focados no “conhecimento dos processos mentais para a criatividade e na necessidade de se conseguir ativar estratégias inerentes a cada um de nós para deixarmos fluir a criatividade, sem a restringir”.
De resto, a pesquisadora revela que, atualmente, se encontra a realizar estudos que “cruzam métodos oriundos das neurociências com a investigação em Design” e que, a longo prazo, poderão “ajudar na criação de algoritmos, no conhecimento sobre os processos cognitivos que estão por detrás do desenvolvimento de serviços, de software, de interfaces, entre outros”. Sónia Vieira acredita que esta investigação em Design irá dar um forte contributo para suprimir uma das lacunas que existe nas neurociências: a falta do conhecimento dos processos mentais normais. “A partir do momento em que, através da tecnologia do Eletroencefalograma (EEG) ou outra, conseguimos identificar padrões, frequências de pensamento no Design, estamos a contribuir para um entendimento dos processos normais mentais dos quais a neurociência por norma não se ocupa, uma vez que trata dos processos em que há problemas de desordens mentais ou deficits cognitivos”, adianta.
Com estes seminários, pretende-se divulgar, junto da comunidade académica e da sociedade em geral, os progressos científicos que estão a ser alcançados no âmbito deste projeto de investigação e os métodos de trabalho utilizados. Além disso, procura-se também consciencializar para o contributo que esta pesquisa irá dar para melhorar a qualidade de vida da população. O evento foi organizado pelo grupo de trabalho da “Otimização de Produtos e Inovação Tecnológica Incluindo Recursos Endógenos” (pacote de trabalho WP3) e é o primeiro de um conjunto de seminários do EMaDeS que serão realizados quinzenalmente, até ao término do projeto de investigação.